"Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo,
por meio de quem obtivemos acesso pela fé a esta graça na qual agora estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus."
A maneira mais fácil de iniciarmos um estudo sobre justificação é definirmos seus termos, pois nos darão o significado correto para o nosso estudo. Podemos notar que estes termos, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, apresentam o mesmo significado.
No Antigo Testamento temos o termo hebraico tsidek, que na maioria dos casos significa declarar judicialmente que o estado de uma pessoa está em harmonia com as exigências da lei . Neste ponto de vista, justificação é a declaração de que uma pessoa é justa, conforme as exigências que a lei lhe faz.
No Antigo Testamento, o contexto de justiça aparece com frequência em contextos forenses ou jurídicos. Uma pessoa justa é a que foi declarada sem culpa pelo juiz ( Dt 25.1). Justificar, implica certificar que a pessoa é inocente e, declarar que a pessoa é justa, ou seja, que cumpriu a lei.
No Novo Testamento o termo equivalente é dikaiou, assim como tsidek, este verbo significa, em geral, “declarar que uma pessoa é justa”, refere-se a uma declaração pessoal de que o caráter de uma pessoa está em conformidade com a lei. A justificação é o ato declaratório de Deus, através dele, afirma que todos os crentes cumpriram todos os requisitos da lei através da morte expiatória de Cristo.Também no Novo Testamento, encontramos o termo dikaios, este substantivo sempre expressa o que é em relação a alguma coisa, algum padrão que se deve corresponder. Muitas vezes é traduzida como “ justo” indicando um parâmetro de moralidade.
O termo Dikaiousin, é traduzido como justificação, aparece apenas em dois lugares do Novo Testamento: Rm 4:25 e 5.18. Refere-se ao ato de Deus declarar os homens livres da culpa do pecado.
Existem muito conceitos sobre a justificação, estes buscam demonstrar o que é e o que faz a justificação. Mas, a maioria deles concorda que justificação é uma doutrina que define o perdão dos pecados. Louis Berkhof nos dá a seguinte definição:
“ A justificação é um ato judicial de Deus, no qual ele declara, com base na justiça de Jesus Cristo, que todas as reivindicações da lei são satisfeitas com vistas ao pecador.”
Então, podemos dizer que a justificação é o ato de Jesus cumprir a lei por nós, e morrer a morte que era para o pecador, a fim de nos tornar, e declarar justos.
A justificação que ocorre nas seguintes esferas: justificação ativa ou subjetiva e justificação passiva ou subjetiva.
BERKOF (2001, p. 477) afirma :
1. JUSTIFICAÇÃO ATIVA OU OBJETIVA. Esta é a justificação no sentido mais fundamental da palavra. É básica em relação ao que se chama justificação subjetiva, e consiste numa declaração que Deus faz a respeito do pecador, declaração feita no tribunal de Deus. Não se trata de uma declaração de que Deus simplesmente absolve o pecador, sem levar em conta as reivindicações da justiça, mas, sim, de uma declaração divina de que, no caso do pecador em foco, as exigências da lei são satisfeitas. O pecador é declarado justo em vista do fato de que a justiça de Cristo lhe é imputada. Nesta transação Deus comparece, não como um Soberano absoluto que simplesmente põe de lado a lei, mas como um Juiz justo, que reconhece os méritos infinitos de Cristo como uma base suficiente para a justificação, e como um Pai misericordioso, que perdoa e aceita graciosamente o pecador. Esta justificação ativa antecede logicamente à fé e a justificação passiva. Cremos no perdão dos pecados .
A primeira, consiste numa declaração que Deus faz do pecador, esta declaração é feita no tribunal de Deus, ela é divina e nela as exigências da lei estão cumpridas para determinado pecador. O pecador é declarado justo porque a justiça de Cristo lhe foi imputada. Nesta esfera Deus é visto como um Juiz justo, que reconhece os méritos infinitos de Cristo como uma base suficiente para a justificação.
Jesus declara, conforme narra João no capítulo 3. 18-19: " 18Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. 19O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más"
A segunda tem lugar no coração do pecador, o qual conhece a salvação e entende que ela é totalmente de graça. Aqui entra o papel da palavra de Deus que revela a Jesus Cristo como o salvador.
Devemos entender que essas duas esferas da justificação são inseparáveis, uma é dependente da outra. Enquanto uma é a declaração do perdão de Deus ao pecador, a outra, é o reconhecimento e gratidão do pecador por causa do perdão recebido.
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