Santificado
seja o teu nome
A
primeira expressão que temos na oração do Senhor é a da santidade do nome do
Senhor. Essa proclamação de Jesus está intimamente ligada ao terceiro
mandamento que diz: “ Não tomarás o nome
do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar
o seu nome em vão” (Ex 20.7). Porém,
santificar o nome do Senhor, não é apenas não tomá-lo em vão, mas mostrar a
santidade contida em seu nome. O nome do Senhor, é representado pela palavra
hebraica
,
transliterado por IAVÉ ou
Javé, porém essa palavra perdeu a pronúncia entre os judeus por causa do zelo pelo
terceiro mandamento, e muitas vezes é traduzida para o português como SENHOR,
ou em algumas versões “o Eterno”, ou “Jeová”, enfim a raiz desse nome é
simplesmente “ Eu Sou”. Foi assim que Deus se apresentou a Moisés,
quando ele perguntou seu nome:
“Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu
vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós
outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome?
Que lhes direi? Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás
aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros”. (Êxodo 3.13)
Um
nome impronunciável que aparece 6.828 vezes no Antigo testamento. O tetragrama
do nome de Deus era impronunciável “YHWH”. Entende-se que o nome de Deus possui apenas consoantes, por isso, ocorreram
algumas adaptações para não perder sua identificação. A primeira letra “H”
recebeu a vogal “A” a primeira letra do nome “Adonai” A segunda letra “H”
recebeu a vogal “E” a primeira letra do nome “Elohim” Ficando deste modo: YaWe.
Tanto o nome Adonai como o nome Elohim são nomes atribuídos a Deus. Adonai
significa Senhor. Elohim é o plural do nome “EL” que significa Deus, desse modo
ELOHIM é plural na forma, o mesmo Deus é Pai, Filho e Espírito Santo, mas
singular no significado. O nome de Deus, em sua raiz EU SOU, foi usado por
Jesus muitas vezes para se identificar com a pessoa de Deus. Jesus se
apresentou como sendo o EU SOU:
Marcos 14:62: “Jesus respondeu: EU
SOU, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo com
as nuvens do céu”. João 6:35 :“Declarou-lhes,
pois, Jesus: EU SOU o pão
da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede”.
João 8:12: ” De novo, lhes
falava Jesus, dizendo: EU
SOU a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a
luz da vida”. João 8:24 “Por
isso, eu vos disse que morrereis nos vossos pecados; porque, se não crerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados”.
João 8:28: “Disse-lhes, pois, Jesus:
Quando levantardes o Filho do Homem, então, sabereis que EU SOU e que nada faço por mim
mesmo; mas falo como o Pai me ensinou.” João 8:58 Respondeu-lhes
Jesus: “Em verdade, em verdade eu vos
digo: antes que Abraão existisse, EU
SOU”. João 10:7: “Jesus, pois,
lhes afirmou de novo: Em verdade, em verdade vos digo: EU SOU a porta das ovelhas”. João
10:11: “ EU SOU o bom pastor. O bom
pastor dá a vida pelas ovelhas”. João 11:25:” Disse-lhe Jesus: EU
SOU a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.”. João
13:19: “Desde já vos digo, antes que
aconteça, para que, quando acontecer, creiais que EU SOU”. João 14:6: Respondeu-lhe Jesus: EU SOU o caminho, e a verdade, e
a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Apocalipse 1:8: “EU SOU o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que
há de vir, o Todo-Poderoso”. Apocalipse 1:17: Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão
direita, dizendo: Não temas; EU
SOU o primeiro e o último.” Apocalipse 2:23: “Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que EU SOU aquele que sonda mentes e
corações, e vos darei a cada um segundo as vossas obras ”. Apocalipse 21:6: “Disse-me ainda: Tudo está feito. EU SOU o Alfa e o Ômega, o
Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida”.
Apocalipse 22:13: “ EU SOU o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o
Fim”. Apocalipse 22:16: ”Eu, Jesus,
enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas. EU SOU a Raiz e a Geração de
Davi, a brilhante Estrela da manhã”.
Jesus é a expressão da
pessoa de Deus na terra, ele é o grande Eu sou.O nome de Deus, nos é revelado
no filho Jesus, e esse é o nome sobre todo o nome.
O nome do Senhor revela
sua glória
Quando Moisés estava na
presença de Deus intercedendo pelo povo de Israel, rogou ao Senhor para ver a
sua glória, e Deus o respondeu que lhe mostraria a sua bondade e o seu nome,
essa foi a resposta de Deus. A glória de Deus está contida no nome de Deus. “Então ele
disse: Rogo-te que me mostres a tua glória. Porém ele disse: Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti,
e proclamarei o nome do Senhor diante de ti; e terei misericórdia de quem eu
tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer” (Êxodo 33:18,19), e então no capitulo
34, vemos Deus colocando Moisés entre a fenda de uma rocha, passando com sua
glória e ao mesmo tempo proclamando o nome do Senhor, a versão Católica, traduz
Êxodo 34. 6 e 7 da seguinte forma: “O Senhor passou diante dele, exclamando: "Javé,
Javé, Deus compassivo e misericordioso, lento para a cólera, rico em bondade e
em fidelidade,
que conserva sua graça até mil gerações, que perdoa a iniquidade, a rebeldia e o pecado, mas não tem por inocente o culpado, porque castiga o pecado dos pais nos filhos e nos filhos de seus filhos, até a terceira e a quarta geração” (Êxodo 34:6,7). Percebemos que Deus faz a exclamação de seu nome, a glória de Deus é proclamada por ele, com seu nome dito a Moisés. Gostaria de citar outra versão aqui, do mesmo versículo 6, a Nova Versão Internacional em português traduz: “E passou diante de Moisés, proclamando: "Senhor, Senhor, Deus compassivo e misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade,
que mantém o seu amor a milhares e perdoa a maldade, a rebelião e o pecado. (Êxodo 34:6,7). A glória do Senhor é revelada em seu nome, que tem as seguintes características:
que conserva sua graça até mil gerações, que perdoa a iniquidade, a rebeldia e o pecado, mas não tem por inocente o culpado, porque castiga o pecado dos pais nos filhos e nos filhos de seus filhos, até a terceira e a quarta geração” (Êxodo 34:6,7). Percebemos que Deus faz a exclamação de seu nome, a glória de Deus é proclamada por ele, com seu nome dito a Moisés. Gostaria de citar outra versão aqui, do mesmo versículo 6, a Nova Versão Internacional em português traduz: “E passou diante de Moisés, proclamando: "Senhor, Senhor, Deus compassivo e misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade,
que mantém o seu amor a milhares e perdoa a maldade, a rebelião e o pecado. (Êxodo 34:6,7). A glória do Senhor é revelada em seu nome, que tem as seguintes características:
Deus compassivo - Compadecer
é "sofrer com". O termo
“compaixão” deriva de duas palavras latinas: “cum” e “patire”. “Cum” significa “com” e “patire” indica “sofrer”, daí que, pela
etimologia da palavra, poderemos dizer que a compaixão é a capacidade que uma
pessoa tem de sofrer com outra. Ter compaixão significa compartilhar o
sofrimento dos outros, é não ser indiferente ao sofrimento deles. Não significa aprovar suas razões, sejam elas boas
ou más, porém, ter compaixão é não ter indiferença frente ao sofrimento do
outro. Quando Moisés ouve o nome do
Senhor, percebe quem é Deus, pois naquele contexto os nomes revelavam as
características das pessoas, e Deus se revela como aquele que
sofre os nossos sofrimentos, que sente o que passamos, ele conhece a
necessidade, os sofrimentos, os sentimentos e as lutas de cada um de seus
filhos.
Misericordioso – Deus é cheio de misericórdia, essa palavra
misericórdia vem do latim - derivado de “miserere”–
de onde vem a palavra miséria, que se refere à nossa pobreza, e “ cordia” de onde vem a palavra coração,
assim, “misericórdia” quer dizer colocar-se na mesma miséria de coração de
outra pessoa, está intimamente ligada com a palavra anterior que vimos “
compaixão”. Revelar o nome de Deus como misericordioso, significa que Deus
coloca-se nos mesmos sentimentos do homem, ou percebe nossa miséria, nossa
pequenez, e se esvazia da sua glória para
ser pequeno como nós, como homem e assume nossa miséria, que é nosso
estado de pecadores, assumindo nosso castigo na cruz. O apóstolo Paulo declarou:
“Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que,
embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia
apegar-se;
mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! ”
(Filipenses 2:5-8), essa é a expressão máxima da misericórdia de Deus.
mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! ”
(Filipenses 2:5-8), essa é a expressão máxima da misericórdia de Deus.
Quando
falamos da misericórdia de Deus, falamos da sua disposição em perdoar e nos
santificar, afim de sermos filhos dele, que se relacionam com um Pai Amoroso.
Para John Wesley, fundador do metodismo, o Filho, Jesus, provou a morte por
todos, Deus reconciliou o mundo consigo, não imputando os seus primeiros
delitos. Deus concede o perdão dos pecados e a nossa reabilitação à sua graça.
A santificação é o fruto imediato da justificação. A justificação implica no
que Deus faz por nós em seu filho. Wesley diz em um dos seus sermões: “ É
também muito mais fácil admitir, que provar pela escritura, que a justificação
é o livramento da acusação produzida contra nós, pela lei: ao menos, se este
modo forçado e artificial de falar significa mais ou menos que isto – visto que
transgredimos a lei de Deus e por isso merecemos a condenação do inferno, Deus
não inflige aos que são justificados a punição que tinham merecido”.[1]
Para sermos claros, vejamos certa ilustração
diz que existia um juiz que sempre fazia justiça, era famoso pelas suas
sentenças justas e seu modo de julgar.
Certo dia, ele foi para o seu ofício em um julgamento, chegando lá, teve
uma grande surpresa: o réu era o seu filho. Então, ele pensou: “ como farei
justiça nesse caso? O que eu devo fazer?
” Estava diante daquele juiz um grande dilema: A justiça que deveria ser feita
e seu grande amor pelo seu filho. No final do julgamento, este juiz declarou a
sentença ao filho criminoso, dizendo: - Você é CULPADO. Depois declarou a pena ao seu filho: Você
terá que pagar uma multa de cem mil reais. Mas, terminando o julgamento, o juiz
saiu do seu lugar e pagou os cem mil reais do seu amigo, e os dois foram juntos
para a casa do juiz. Esta ilustração narra claramente a misericórdia de Deus,
ainda que não inocenta o culpado. Nós somos culpados de nossas transgressões,
mas Deus o Santo Juiz, pagou por nós esta culpa na cruz de Cristo. Porque Deus
nos ama, paga a dívida do pecado. Por causa da misericórdia, Deus nos torna
livres da culpa que nos é revelada pela lei, isso se chama justificação. Este
livramento ocorre através da aceitação do sacrifício de Jesus em nossas vidas.
E assim, nenhuma condenação existe para aqueles que estão em Cristo (Rm 8.1) e
Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós
ainda pecadores ( Rm5.8). No contexto
de Moisés ele percebe no nome de Deus a disponibilidade de ver a miserável
situação de pecado de Israel e perdoar seu povo.
Paciente – Deus não desanima, ele espera o arrependimento de
seus filhos, pois não tem prazer na condenação de seus filhos pelos seus erros,
mas deseja o arrependimento de cada um. “Livrem-se de todos
os males que vocês cometeram, e busquem um coração novo e um espírito novo. Por
que deveriam morrer, ó nação de Israel?
Pois não me agrada a morte de ninguém; palavra do Soberano Senhor. Arrependam-se e vivam! (Ezequiel 18:31,32). Paulo escreve a Timóteo que Deus deseja que todos os homens sejam salvos a cheguem ao pleno conhecimento da verdade (1 Tm 2.4).
Pois não me agrada a morte de ninguém; palavra do Soberano Senhor. Arrependam-se e vivam! (Ezequiel 18:31,32). Paulo escreve a Timóteo que Deus deseja que todos os homens sejam salvos a cheguem ao pleno conhecimento da verdade (1 Tm 2.4).
Cheio de amor – Deus é
cheio de amor, ele é um Pai amoroso, faltariam livros para descrevermos seu
amor, pois ele é o próprio amor. “Quem
não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1 João 4:8). A condição para sermos iguais ao
nosso Pai Celeste é o amor incondicional, como Jesus declarou: “Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles
que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está
nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva
sobre justos e injustos. Se vocês amarem
aqueles que os amam, que recompensa receberão? Até os publicanos fazem isso!
E se vocês saudarem apenas os seus irmãos, o que
estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai
celestial de vocês” (Mateus 5:44-48).
Fidelidade – Deus
é fiel, ele não nega a si mesmo, ele não nega a sua palavra e é sempre o mesmo.
Ele
é um Deus perdoador, que mantêm o
seu amor, o culpado não é inocente aos olhos dele, mas ele se fez culpado por
amor do pecador, para que tivéssemos perdão na cruz de Cristo.
Todas as características do nome de Deus, fazem parte do seu
caráter, e todas elas foram manifestas em Jesus na terra, o evangelho de João declara
no capítulo 1, verso 14, que “o Verbo (se
referindo a Deus) se fez carne, habitou
entre nós cheio de graça e de verdade e vimos a sua glória”, Jesus revelou
a glória de Deus em sua vida, ele manifestou o Pai na terra, e seu nome traz a
nós a glória de Deus.
A glória de Deus é
manifesta em Jesus, e o Pai é revelado na vida do Filho na terra, Jesus
declarou: “Se vós me conhecêsseis a mim,
também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto.
Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras” (João 14:7-10).
Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras” (João 14:7-10).
O nome de Deus é santificado em nossas vidas,
como o Filho Jesus santificou pelas suas obras, nós o santificamos expressando
as mesmas características pelo fruto do Espírito Santo. “Mas o fruto do Espírito é amor,
alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há
lei” (Gálatas 5:22,23).
A glória de Deus, santifica o nome dele, em nossas vidas, através do fruto do
Espírito Santo. Nosso comportamento vai revelar nossa filiação, nos tornaremos
parecidos com o nosso Pai, pelo fruto do Espírito, pois o Espírito dele habita
em nós. Então santificar o nome do Senhor é viver as características do nome do
Senhor em nosso comportamento, uma vida diferente das demais pessoas do mundo,
uma cultura nova, vinda do reino, onde o amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade,
fidelidade, mansidão e o domínio de nossas atitudes se fazem presentes.
Que
o nome de Deus, seja santificado na vida de seus filhos pelo Espírito Santo.
Que pareçamos com Jesus , e que seu nome seja visto em todas as nossas
características de filhos. Que possamos, ao orar, declarar a paternidade de
Deus dizendo: “Santificado seja o teu nome, cheio de compaixão (compassivo), misericordioso,
paciente, cheio de amor, fiel e perdoador! E que sejamos assim como nosso Pai,
pelo fruto de seu Espírito Santo em nós”.
Deus te abençoe!!
Pr Welinton
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